domingo, 18 de fevereiro de 2018

Trilha pela Patagônia - El Chalten

Chegamos a última parte da viagem.

Voltamos do Chile e fomos em direção a uma cidade minúscula chamda El Chalten. Aqui os passeios são na maior parte gratuitos, a cidade só funciona no verão (alta temporada), vive em função do turismo pra trilheiros e escaladores.

Normalmente as pessoas deixam pra fazer um bate volta na cidade partindo de El Calafate mas não vale a pena. A cidade tem mto mais belezas naturais a oferecer que El Calafate. O próprio Glaciar Viednam é o maior glaciar da patagônia! Pena que a internet mostra tanto El Calafate e quase nada de El Chalten.

Tinhamos alguns objetivos a alcançar em El Chalten (foram mtos e mtos blogs lidos novamente). O principal deles era subir até a base do Monte Fitz Roy. Magnífico!! Se vc nunca ouviu falar dele, digita já no google e assiste os videos no youtube sobre ele! Li que o nível da trilha era difícil sendo equivalente ao 1o. dia em TDP (a tal subida na base das torres).

Será?

Chegamos na cidade com mto frio, vento e chuva!! Desânimo.... mas já tinhamos reservado 3 noites pra poder escolher o melhor dia para a subida ao monte. Fomos direto pro hotel descansar depois das 6h de busão até El calafate + 3h até nosso destino. No meio desse trajeto paramos umas 2h em El calafate pra trocar de onibus. Basicamente perde-se 1 dia fazendo esse trajeto.

A cidade de El Chalten tem 1 rua comprida e algumas ruas pararelas com hoteis, pousdas, lojas de roupas de montanha, restaurantes, mercadinhos e só.

Ficamos em um hotel familiar, um senhor de 70 anos cuida sozinho do hotel que tem só 6 quartos. O café da manhã e bem caseiro, uma delícia. Fica a dica: POusada del Aguila.

Expectativa ao ir para El Chalten (Ver o monte Fitz Roy imponete ao fundo da cidade)


Realidade:

Nos 15 dias pela Patagônia não pegamos o tempo 100% bom. Era para estar pois fomos na melhor época (verão) mas não tenho coragem de reclamar pois sempre abria um céu azul tímido em algum momento. Será que El Chalten será excessão? O tiozinho da pousada não nos animava mto mas....

1o. dia em El Chalten, rolé na cidade e hotel, 2o. dia muita chuva, frio e vento, fizemos uma trilha rápida em uma cachoeira e o Deive se animou a ver o por do sol no mirador dos condores (e não é que o tempo abriu qdo ele estava lá em cima?).

 Cachoeira: Salto del Chorillho


 Mirador de los Condores

Ta pra nascer alguém que goste tanto de ver côndor!!


Vista de El Chalten (do mirador de los condores). Nosso hotel ficava na beira do riozinho com vista para a parede de escalada. E o Fitz Roy cadê?

Para terminar esse dia e quase ao fim da viagem era hora do Deive finalmente comer seu bife de chorizo ao ponto !!! (na minha opinião tava crú mas...) Tb achei tudo muito caro!!





 Preferi uma sopinha de legumes...


3o. dia em El Chalten - Vamos pro Fitz Roy independente do tempo.... ta decidido! Resolvemos seguir uma dica dos blogs. Há um transfer que leva hospedes até um hotel chamado Hosteria El Pilar no meio das montanhas. Fazer esse trajeto de transfer economiza uns 2km da trilha até o Fitz Roy (R$30 pp) . Achei que estaria cheio de turista fazendo isso mas descobri que não. A maioria segue a trilha normal. A vantagem de fazer esse trajeto com o tranfer é que vc vai e volta por lugares difernetes. Quem segue a trilha normal faz o mesmo trajeto ida e volta e não passa pelo Glaciar Piedras Blancas por exemplo. A vantagem de fazer a trilha normal é economizar dindim e a ida se faz com vista do Fitz Roy quase todo o tempo (magnífica). 

 Ainda quero voltar e me hospedar nessa coisa fofa!!!


Partiu adentrar no parque de los glaciares rumo ao Fitz Roy... As placas indicam sempre Laguna de los três que é o lago na base do Fitz Roy. Pra chegar no Fitz Roy mesmo só escalando.



No caminho, passadinha no glaciar pedras blancas. É considerado um glaciar seco porque está na rocha.


Em nenhum momento tínhamos vista livre do Fitz Roy, perguntávamos para as pessoas voltando se tinham visto algo e todas diziam que não! Legal que a gte vai encontrando as mesmas pessoas que tínhamos visto dias antes no Chile. Apesar de nenhum otimismo óbvio o Deive estava de olho no vento e me dizia que iria abrir.... go go go


 E não é que o céu começava a aparecer?? O último km de trilha é punk... realmente tão ou mais difícil que a base das torres... entrava em ação o coaching Deive... vai devagar mas não para... não deixa o corpo esfriar....


Tinha mta neve quando chegamos a uma certa altitude... o pé realmente afundava quase até a altura do joelho mas o tempo estava abrindo...


Quando chegamos no destino (parte mais alta da trilha), olhávamos pra trás e víamos o vale por onde viemos.... 


olhávamos pra frente e víamos.... A Laguna de los três!!!!!!!!!! Fitz Roy ainda com nuveus....


(se olhar com cuidado na foto percebe-se pessoas la embaixo na laguna... bora descer lá....)



A esquerda (2 fotos acima) tem um morrinho .. deive me convenceu a subir lá e ver uma laguna que fica escondida ali atras... o nome da laguna é Sucia (vem de suja)... normalmente é uma lagoa escura e bem menos bonita que essa....mas....


A Laguna Sucia era ainda mais bonita!!! Melhor ainda é poder ver as duas ao mesmo tempo.... Tanta gente ficou satisfeito com a primeira vista!!! Talvez se eu fizesse a trilha sozinha tb teria ficado no primeiro momento da chegada... Deive não cansa nunca e me carrega junto! thanks baby


Mas e o Fitz Roy? Era tanta beleza que a gte nem acreditava que estava ali! O monte que tantos tentaram escalar e não conseguiram bem ali na frente.... cada vez mais visível!



Almoçamos por ali mesmo! Pão com atum e polenguinho (dnovo)

Voltamos pelo caminho padrão... de tempos em tempos olhávamos pra trás nos despedindo do Top1: Fitz Roy!


Resumo da trilha: bem difícil mas por algum motivo menos dor e menos cansaço do que no 1o. dia...

Último dia!! Pegar busão cedo em El CHalten, voltar pra El calafate, pegar avião e Brasil!!
A despedida de EL chalten foi com vento (dnovo), frio mas tempo aberto!


Resumo de El Chalten:

Trilha FItz Roy (Laguna de los 3): 18km (+-8h de caminhada)
Faltou fazer: Laguna capri, glaciar viedam (não planejávamos mas é uma opção), Cerro Torre,  tantas outras trilhas!!!



Trilha pela patagônia - TDP ultimas etapas

RElembrando o circuito w

Nós não fizemos a Etapa 2 exatamente como está na foto. Deixamos pra fazer a perna do meio do W no terceiro dia. Estpavamos acampados no Refugio Francês de onde saímos bem cedo (7h) em direção ao acampamento italiano. Esse acampamneto é grátis mas não gostei mto dos banheiros. Tem que ser mto roots pra ficar nos campings gratis. Deixamos nossas mochilas ali como todos fazem. Ninguém fica cuidando mas não parece haver problemas.

Banheiro (tipo patente) éca


Nosso destino era o mirador britânico. Convesando com trilheiros ouvi que era um trajeto fácil... oi??? Era só subida, subida....realmente bem mais fácil que subir nas torres mas dessa vez ninguém me pega... nunca mais eu subo um morro sem pensar na volta. Fomos até a metade do trajeto proposto e encontramos o mirador francês, uma rocha pra encostar, uma paisagem perfeita, um solzinho que esquentava um pouco... saio daqui por nada nesse mundo. Tentei convencer o Deive a terminar o trajeto enquanto eu relaxa naquela vista mas ele preferiu curtir cmgo (óin). Ficamos ali por mais de 1 hora. O tempo parecia nublado no mirador britânico, provavelmente não veríamos mta coisa.




Voltamos para o acampamento italianos, pegamos a mochila e partimos para o Refugio Paine Grande. Um detalhe importante, o parque TDP é responsável apenas pelos campings gratuitos. Todos os outros campings são administrados por empresas privadas: Fantastico Sur ou Vértice Patagônia. O site do parque te direciona para os sites particulares e vc faz as reservas com eles. No momento da reserva vc escolhe todas as opções desejadas. As reservas com a Fantástico Sur foram tranquilas, fizemos com 5 meses de antecedência, pagamos pelo paypal e estava tudo certo. A reserva do último refúgio para onde estávamos indo era com a empresa Vértice Patagônia que nunca nos respondeu email e nem confirmou nossa reserva. Tentamos ligar várias vezes, pesquisamos em blogs e todos tinham a mesma reclamação sobre a empresa. Era impossível contato. Será que nossa reserva estaria por lá?

Caminhamos pela nossa 3a. etapa!!! Trajeto também com mochila nas costas mas a caminhada bem mais tranquila que os outros dias. A paisagem dessa etapa é menos neve e mais verde junto com as diversas lagoas. Foi o dia mais quente tb... dava pra ficar de manga curta!


Passamos por um longo trajeto do parque que sofreu incêndio há alguns anos atrás. Hoje em dia o medo de incência é enorme e por isso muitas regras para camping.


A neve estava pra trás! O vento tinha aliviado mas só os alongamentos pra aliviar o cansaço.

O fim do w estava a vista. Lá ao fundo estava nosso refúgio na beira do lago.


Pensa se o Deive não queria mergulhar....

Chegando..... Tínhamos um combinado de que a última noite seria em cama e nada de barraca... mas será que a tal reserva estava feita? Óbvio que não!!! mas ela ainda tinha camas sobrando... um risco pois era alta temporada. Os quartos do refugio tem 3 beliches, calefação, o hotel tem restaurante, sala com lareira, sofás (!!!!!), lojinha, wifi (5 dólares a hora).




 Janta com nossos companheiros de quarto


Pessoal bem legal mas pra falar bem a verdade... preferia ter dormido na barraca bem calminha e sozinha... (Meu lado sociável ocupa 0,1% da minha personalidade)... COnsiderando que estávamos a 3 dias usando as mesmas roupas de cima, as mesmas botas, o cheiro do quarto era estranho... Sentir cheirinho meio azedo do seu marido e o seu é uma coisa agora de mais 4 pessoas pode ser desagradável...  Pagamos 200 por pessoa para dormir no beliche. Na barraca teríamos pago 270 para os 2... Enfim... valeu a imersão em lingua inglesa.

Chegamos ao 4o. dia no W!!!! Relmebrando a foto dnovo (rs)... O objetivo do dia era fazer a última perna do W. (A pessoa dessa foto abaixo fez em 3 dias... nós fizemos em 4). Estávamos hospedados na ponta debaixo da etapa 3 e tinhamos 10 km costeando o lago grey até chegar ao Refugio Grey e ver o Glaciar Grey.

Acordei bem (8h)!!! Não tinha vento, não tinha chuva!!!
Decidi fazer a trilha com roupas limpas!! ou seja, roupas normais.... Estava com 1 bolha em cada pé... fiz um belo curativo... Deive está super bem e animado pois faria a trilha sem mochilas!!!! 10km pra ir e 10 pra voltar!!! Planejávamos retornar até umas 17h pois as 18h pegaríamos um barco para voltar pra civilização.

Partimos!! Caminhada linda como sempre mas quando chegou em 5km começou a chover, esfriar e não deu mais pra mim... Estava ensopada... Deive estava sequinho pois estava com as roupas adequadas... Consegui convencer o Deive a não desistir por minha causa! Foi difícil mas ele topou continuar até o Grey!

Última vista (by EVelyn)

Deive continuou....








 Eu voltei na chuva pro refúgio. Consegui me secar, contei as moedas, comprei uma bebida quente e um pacote de bolacha, sentei no sofá ao lado da lareira e me senti no paraíso!

Depois de umas 3 h o Deive retornou feliz e com imagens espetaculares. Era o fim do circuito w! O maior desafio da minha vida, o mais bonito, emocionante, inesquecível.  72km para o Deive e 62km pra mim!!!


Pra ir embora, é preciso pegar um barco, atravessar o Lago Pehoe (ver no mapa) e chegar até a última portaria do parque para pegar o busão. Como eu falei antes... algumas pessoas preferem começar nesse ponto.





Voltamos para Puerto Natales para o pernoite e no outro dia retornar para Argentina!

Dicas de TDP:
* seguir a risca a regra das 3 camadas de roupa, meias confortáveis, levar hipoglos para passar nas bolhas, bastôes de caminhada, alugar barraca lá e evitar esse peso e o cansaço de montar e desmontar acampamneto cada vez, não deixar de fazer nenhum trajeto por causa do tempo pois o tempo muda toda hora, levar comida de verdade pra comer, ter sempre um chocolatinho para os momentos de esgotamento no meio da trilha, levar suco em pó para beber. Toda a agua do percurso (é não é pouca) vem do degelo e pode dar diarréia, por isso o ideal é misturar suco em pó para fazer um equilibrio eletrolitico. Algo que parece bobo: foi a primeira viagem que fizemos sem câmera, só com celular. Sem stress de ajustar foco, posição, luminosidade... Tem fotos ruins e fotos boas mas a verdade é que aproveitamos mto mais!

Da pra ver quase tudo isso de carro, de longe, superficialmente, sem sentir o vento, frio, neve, cheiro, medo, alegria, sem molhar o pé... mas estando dentro da natureza é incrível... e o melhor: sem pernelongos, butucas e calorão.