domingo, 18 de fevereiro de 2018

Trip pela Patagônia parte 2 - ida para o Chile e torres del paine (TDP)



Dia de arrumar a bagunça e pegar o busão para o Chile.

Foram 6 longas horas de onibus até Puerto Natales no Chile. Essa é a cidade dormitório para quem quer conhecer Torres Del Paine. São cerca de 300km mas o que demora mesmo é a passagem na fronteira do Chile. Todas as malas precisam passar pelo raio x e a fila para carimbar o passaporte é bem grande. Em outros blog vc encontra os alimentos proibidos. Sempre tem os desavisados ou os espertinhos que tentam passar com algo.

Fomos com a empresa Cootra. Ficamos meses tentando descobrir os horários de onibus, as empresas que faziam esse transporte e foi uma novela. A maioria dessas empresas só funciona na temporada e nunca atendem telefone ou tem site atualizado. A úncia empresa que funciona o ano todo e tem site é a BusSur. Vale a pena já conferir os preços e horários de onibus em El calafate quando chega na cidade. Nós pegamos um ônibus as 7:30 da manhã e chegamos no chile perto das 14h. Já aproveitamos e compramos a passagem de onibus para no dia seguinte partir para o parque Torres del Paine. Tem muitas empresas que fazem esse trajeto, escolhemos a primeira que apareceu (Maria José).



Em Puerto Natales ficamos no Smile Hostel Patagônia. Suficiente para um pernoite na ida e um na votla de TOrres del Paine. Detalhe: a cidade vive basicamente disso, então imagino que todos os hotéis aceitam ficar com as malas durante o tempo que vc estará fazendo as trilhas em TDP.

Passeamos na cidade, compramos gás, comida, almoçamos em um restaurante top e voltamos para o hotel arrumar as mochilas e descansar!

6:30 é hora de acordar, tomar café, colocar a mochila e partir pra rodoviária. Puerto Natales é bem pequena e todos se locomovem a pé com as suas big mochilas.

Distância até a entrada de TDP: 80km. O onibus deixa os trilheiros na Laguna Amarga. Alí você por iniciar alguns circuitos de trilhas. O Circuito w (4-5dias) e o circuito O (8-10 dias) são os mais famosos. Ali também você pode pegar um transfer para o Hotel de las torres e se hospedar em um local de luxo ao pé da motanha. O parque TDP é enorme( quase 2mil m2), vc pode conhecê-lo de carro pelas estradas ou entrar na natureza selvagem! O site deles é ótimo (exceção por lá) https://torresdelpaine.com/en/ . Para quem deseja fazer os circuitos, vale lembrar de reservar os campings com antecedência. Tem opções grátis, pode alugar barraca, alugar domos, alugar cabanas em alguns locais. Os campings grátis não tem água quente, banheiro é bem precário. Os campings pagos tem banheiros com água mtooo quente, área de cozinha legal e as vezes até área de lazer e restaurante. Você pode levar seu material de cmaping ou alugar tudo lá. As barracas, sacos de dormir, colchoes são cheirosos e higienizados. Você também não precisa cozinhar se não quiser, pode reservar os PFs ou comprar comidas industrializadas prontas por lá. Um pacote de bolacha e um café podem te sair uns 20 reais e um PF em torno de 50 reais. Caso você queria cozinhar (como nós), vc só pode fazer nas áreas reservadas pra isso. Não pode parar no meio da trilha e acender seu fogareiro.

Nós optamos por fazer o circuito w. Ele tem esse nome por causa do formato do trajeto percorrido.



Na entrada do parque vc preenche um documento, relata todo seu trajeto, ouve algumas instruções e está freee... Segundo o parque você não pode fazer o trajeto sozinho mas vi mto trihleiro sozinho. Devem chegar por dia uns 5-6 onibus para iniciar as trilhas, é muita gente.


Outro detalhe importante, tem trilheiros que preferem continuar no onibus até a ultima portaria do parque e fazer os circuitos ao contrário. Dizem que dependendo das condições metereológicas pode ser melhor mas com as reservas feitas com antecedência isso já não diz muita coisa. Talvez antigamente qdo não precisava reservar tudo bem. Isso tudoooo porque tem uma etapa da trilha que vc NÃO PODE DEIXAR DE VER.... no nosso caso era justamente esse primeiro dia!!! Bora lá.

Da portaria Laguna Amarga, pegamos o transfer que leva até o hotel de las torres (uma dica que todos os trilheiros fazem para economizar 7km de caminhada). Acho que paga uns 30 reais pp pra isso.
Chegamos no camping central onde alugamos uma Plataforma Double Premium (barraca com colchão e saco de dormir). Nós optamos por levar nosso saco de dormir pq achamos algo bem pessoal. Comemos um lanchinho rápido porque já era 11h e tinhamos 20km de trilha pela frente.




Esse é o hotel de las Torres...  


A trilha é bem demarcada e cheia de desnível... sobe, desce, sobe, desce... nada muito difícil até chegar no último km. 

Esse dia estava bem frio e a dica de sempre vestir 3 camadas é perfeita! Uma camiseta de algodão por baixo, uma polar no meio e uma jaquela impremeável por último. Fui com calça impermeável e peluciada por dentro, passei bastante calor durante a caminhada mas ela foi perfeita qdo chegamos no destino com neve e mto frio. Luvas era desnecessário na caminhada mas imprescindível qdo parávamos. Toca idem. Bandana ítem mais importante que o Deive insistiu em me fazer levar (corta o vento, aquele as orelhas, não irrita como a toca de lã e ainda funciona como lenço qdo o nariz vira uma cachoeira éca).

Caminhamos umas 2h e chegamos no Camping Chileno, lindo no meio do caminho, bem mais chiquezinho que o nosso. Mas não ficaria lá por nada, só de pensar que estávamos sem mochilas era algo maravilhoso. Ficar nesse camping exige que vc faça esse trajeto com as mochilas. A vantagem é que vc já está na metade do caminho para chegar no nosso destino: a base das torres. 
Almoço: pão com atum e polenguinho. 


A partir desse ponto, o frio apertou, a neve chegou e a subida do ultimo km doeu. Não sei como algumas pessoas fazem sem bastão, não sei como crianças subiram, não sei como eu subi.... mas não dava pra desistir. Meu coaching ia me dizendo: vai devagar mas não para... um passo de cada vez. A imagem que eu tinha na cabeça era o que me motivava:

Sobe... sobe... a trilha some... só pedras...




Chegamos!!! A imagem não era nada parecida com a do google mas decidimos ficar embaixo de uma pedra, comer um mandolate e esperar... era mto frio... agradeci imensamente minhas roupas polares... mta gte não ageuntou o frio e desceu em seguida...


Meia hora depois....


45 minutos depois...

1hora depois....


Felizes? Já era 17h, éramos praticamente os últimos la em cima e Papai do Céu mandou esse visú! Privilégio de quem sabe esperar e nunca perde a esperança (como o Deive e não eu obviamente)

Hora de voltar.... Subimos em 3h e meia... com certeza a volta será mais fácil.... será?


Descobri que o joelho de uma pessoa pode ser bem mais fraco do que ela pensa..... o quadril tb, a lombar tb, o psicológico tb, até o seu coaching pode não ter mais alternativas para te animar... nessas horas resta o silêncio.... não tem o que fazer... somos obrigados a voltar, não tem guincho pra nos tirar de lá.

Chegamos ao camping depois de 4h de retorno. Não tem fotos pq a única coisa que rolou foi choro e desespero. Era dor misturada com emoção... Nada que um banho quente, um feijao com arroz integral  e um por do sol as 23h não resolvesse. 
Pensa numa comida boa... Arroz 7 grãos semi cozido (marca Paris) e feijao em caixinha (marca quero). Parecia tempero de vó!


Final do 1 dia no w: é o lugar mais lindo do mundo mas não sei se aguento. Deive me propôs inclusive pra voltar caso eu não acordasse melhor. 

Dia 2 TDP - Pensa em alguém que acordou bem!!!! Café da manhã foi frutas e cuscuz marroquino. Eu sabia o trajeto do dia decor (foram mtos e mtos blogs lidos). Sabia também que o 2o. dia era bem plano apesar de longo (20km). Bora lá.... Nesse dia, o trajeto todo é feito com mochilas (no caso o Deive com a grande e eu com agua e comida). 





A paisagem é bem diversa, muitas lagoas de diferentes tonalidades, pontes, encosta de lago, sobe, desce....

Desafio do 2o. dia: VENTO, muito VENTO.... pegamos rajadas de mais de 100km/h sendo que nessas horas nos abaixávamos para não sair voando ou não cair. O lago tinha ondas e era possível ver no lago qdo vinha a próxima rajada.... entre uma e outra rajada conseguíamos correr e nos abrigar.

Chegamos ao refúgio Los Cuernos pra ver a previsão do tempo e decidir o que faríamos. Era a metade do caminho e dessa vez que estava quieto era o Deive. Tadinho... tinha medo que o vento me levasse e a mochila estava mto pesada.

Quem gosta de conforto esse é o refúgio mais top... tem cabanas até com ofurô.... o restaurante é top, tem bar, sala de jogos.... mas... estamos só de passagem. Vamos nos hospedar no Refúgio Francês (1h e meia a frente).



Encaramos o vento pois tínhamos reserva feita no próximo camping. Chegamos ao camping as 17h, fizemos a janta (arroz com feijão dnovo) e soubemos que teria agua quente só a partir das 18h. A fila de trilheiros querendo banho quente era grande, fazia frio e garoava. Fui dar uma conferida e descobri que a água quente chegou antes nos chuveiros femininos. Disfarçadamente, chamei o deive e tomamos banho escondidos (óoooo), banheiro limpo e quentinho.... 18h estávamos na nossa Plataforma Double Premium passando todos os cremes antiinflamatórios que tinhamos. Pensávamos muito na família que conhecemos com um menino de 9 anos.... será que eles conseguiram fazer o trajeto com tanto vento? As 22h acordamos pra ir ao banheiro e soubemos pelo guarda parque que a família chegou! ufa... voltamos a dormir tranquilos. 


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